terça-feira, 5 de março de 2013


Filosofando

   Pra variar, estava deitado na cama adiando meu dever de casa. Agindo como se ele não existisse, escravizado pela minha preguiça no corpo, pensando em piadas que eu deveria ter feito, mas não tinha... sem saber como me entreter, coçava meus olhos.

   Muita coisa passava pela minha cabeça. Eu estava em transe, como se ficar ali coçando os olhos estivesse me fornecendo conhecimento infinito e teorias filosóficas que eu nunca nem tinha pensado! 

   Eu estava me sentindo um filósofo da vida, como se coçar os olhos me fizesse mais inteligente. Fiquei pelo menos duas horas filosofando sobre coisas inúteis: como as abelhas voam? Será que Deus é negro? Por que as meninas fazem instagram pros animais de estimação? São muitas teorias, mas são tão inúteis que decidi não me preocupar muito em achar uma resposta. 

   Além disso, não achava ideias para a minha crônica. E não queria fazer uma crônica sobre não ter ideia para minha crônica, pois achava fácil demais, apesar de tentador. Então voltei a me coçar os olhos como se não houvesse amanhã.

   Após muito questionamento, indecisão e coceira, minha mãe me alertou pela trigésima milésima oitava vez e disse com autoridade, seriedade e estou de saco "cheiedade": vai fazer a crônica que você já deveria ter feito faz tempo." Com calma, respondi: "já vou, mãe, eu acabei de ter uma ideia...."

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